sábado, 25 de outubro de 2025

WEIRD SCIENCE - O gibi cult que conquistou grandes cineastas americanos!

 


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Este ano mais uma revista que completa 75 anos é a WEIRD SCIENCE, que embora no Brasil não seja tão reconhecida, nos EUA já foi uma marca famosa... sabe o filme "Mulher Nota Mil"? O título original desse filme em inglês é justamente... WEIRD SCIENCE! Ele de fato é inspirado numa história da revista, "Made of the Future", publicada no número 05. Esse filme inclusive virou uma série de TV, também chamada "Weird Science" na tv americana. No Brasil mudaram o nome do filme e da série porque a revista nunca foi muito conhecida, já que a dúzia de histórias dela que foram publicadas no nosso país saíram em revistas ou encadernados com outros nomes. 

Algumas histórias de Weird Science também foram adaptadas para a efêmera série de TV da HBO (no rastro do sucesso da série de TV "Contos da Cripta") chamada "Perversions of Science", que traziam adaptações de hqs da EC publicadas nas suas revistas de ficção científica, Weird Science e Weird Fantasy. Um dos contos que apresentamos nessa edição, inclusive, "Sonho Ruim", foi justamente a a história escolhida para abrir esta série de TV, com direção de Walter Hill (do filme "Warriors - Guerreiros da noite", e roteiro de David S. Goyer, o colaborador de Christopher Nolan na sua trilogia do Batman. 

Embora a data de capa seja "julho-agosto" (e no expediente original estava "maio-junho"), a revista saiu mesmo em 07 de fevereiro de 1950, substituindo a revista Saddle Romances a partir do seu número 12. Decidimos renumerar a revista para seu verdadeiro número, o 01, porque a própria EC assim o fez quando após 4 edições, no que era pra ser o número "16", a revista saiu como número 5 e assim seguiu a partir daí - ocasionando dois números 12, 13, 14 e 15. Pra evitar essa confusão no futuro, quando lançarmos as verdadeiros números 12 a 15, já adotamos a numeração correta desde o começo. A EC, assim como as outras editoras do período, fazia essa gambiarra por conta de registro de postagem, e a partir do momento que o título estivesse estabelecido, poderia-se ou não adotar a numeração correta. 

Apesar das revistas de terror da EC serem bem mais famosas, muita gente boa considera que as revistas de ficção científica (e de guerra e suspense) é que traziam as melhores histórias, de valor até literário, o que não é exagerado, já que algumas histórias eram plagiadas ou oficialmente adaptadas de contos de ficção científica - como na história de abertura de nossa primeira edição, "Perdido no Microcosmo", baseada no conto "He Who Shrank", de Henry Hasse - e não no livro que virou o filme "The Incredible Shrinking Man" (O Incrível Homem que Encolheu), de Richard Mateson, que aliás, só sairam DEPOIS dessa revista, em 1956 (o livro) e 1957 (o filme). A adaptação que você vai ler foi desenhada por ninguém menos que Harvey Kurtzman. 

A origem dessa revista está no vício de Bill Gainer por histórias de ficção científica. Ele cresceu lendo as pulp magazines e livros onde eram publicadas esse tipo de história, e como sofria de insônia costumava ler muito a noite. Quando chegava na redação, ele dava ideias para seu editor Al Feldstein justamente baseadas ou nessas histórias ou em conceitos que podem ter vindo dessa inspiração. Gaines tinha tal apreço por ficção científica que persistiu publicando Weird Science e Weird Fantasy mesmo que elas fossem as duas revistas menos vendidas da EC, e as séries também eram as favoritas de dois dos mais famosos desenhistas da casa, Wally Wood e Al Williamson, que preferiam trabalhar nas revistas de ficção científica da EC do que em qualquer outra. Não é a toa que já nessa primeira edição você já encontra uma história desenhada pelo mitológico Wood ("Sonho Ruim").

Publicar essas revistas "desde o começo" sempre nos coloca diante de um desafio, porque sabemos que a EC começou mais ou menos no padrão das editoras da época, e foi crescendo aos poucos, até chegar no nível de qualidade que lhe seria lendário. Podemos notar que das quatro histórias desta primeira edição, três poderiam ser publicadas facilmente nas suas coletâneas de horror, e talvez tenham sido originalmente produzidas para elas, até Gaines se decidir finalmente por lançar revistas de ficção científica. No entanto, a ficção científica de Gaines logo evoluiria para algo diferente da concorrência, largando o conceito de "monstro da semana", pra explorar crítica social e reflexões éticas e morais, sendo suas publicações de FC talvez os únicos gibis de ficção "sérios", enquanto as outras editoras focavam em aventuras de Space Opera. 

Mas isso você vai ver no decorrer das próximas edições. Aqui está um começo modesto, ainda embrionário, do que se tornaria uma das mais cults revistas em quadrinhos americanas, não por acaso uma das preferidas de George Lucas, que não por acaso assinou o prefácio do encadernado de onde retiramos essa edição. Bom divertimento. 


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