sexta-feira, 7 de novembro de 2025

Sargento Fury 44 - A melhor fase do Comando Selvagem começa aqui!

 


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Amigos leitores, após anos traduzindo a primeira revista de Nick Fury, liderando então o seu "Comando Selvagem" durante a segunda guerra mundial, chegamos no momento que eu aguardava para apresentar a vocês: quando o escritor GARY FRIEDRICH e o desenhista JOHN SEVERIN assumem a série.

Todo gibi de longa duração tem várias fases, e todo leitor cita sua fase preferida e que considera a melhor da revista: o Quarteto Fantástico de John Byrne, o Demolidor de Frank Miller, o Thor de Walt Simonson, e aí por diante. Pois a melhor fase do Sargento Fury, para os leitores americanos é esta que começa nesta edição. 

Você já deve ter visto nome de Gary Friedrich nos últimos três numeros da revista, mas nestes ele era mais responsável pelo texto, colocando palavras em histórias que estavam sendo criadas pelo próprio desenhista Dick Ayers. Ayers havia assumido a arte do Sargento Fury na edição 8, sem esquecer que foi o arte-finalista de Jack Kirby nos sete primeiros números. Em 1967 Ayers conseguiu que Stan Lee registrasse a marca "Ghost Rider", para que assim eles relançassem, como um novo personagem, uma antiga criação de Ayers no anos 40: o Cavaleiro Fantasma. O novo gibi seria lançado em base bimestral, o que permitiria a Ayers também se dedicar a outros dois gibis bimestrais de faroeste, Rawhide Kid e Kid Colt. 

Ayers assim saiu da revista do Sargento Fury tanto para cuidar de um personagem que ele mesmo criara, quanto porque Stan Lee conseguira recrutar um nome que nos anos 60 já era grande, JOHN SEVERIN, que havia ilustrado muitas das famosas histórias de guerra da EC, quanto trabalhara em títulos de guerra da DC, e pouco antes havia participado da efêmera mas brilhante BLAZING COMBAT, para a Warren Publishing. Em termos de fama como desenhista de histórias de guerra, a popularidade de Severin só ficava atrás mesmo de Joe Kubert, o criador do Sargento Rock e tantos outros personagens memoráveis.

Assim, nesta edição 44, com a estreia do desenhista novo, Gary Friedrich também assumia a condição de criar inteiramene as histórias - embora nesse número 44 tanto Stan Lee quanto seu assistente Roy Thomas tenham colaborado, devido a ser uma história "de origem", pois diferente de muitas séries da Marvel, o Sargento Fury já começara a plena carga, sem uma origem definida. Friedrich vendo essa lacuna resolveu começar "pelo começo", e já chegou "causando", mostrando por exemplo que o comando selvagem nem sempre foi essa idílica "ilha de tolerância" em plenos anos 40, com o sulista Reb Ralston até demonstrando implicância racial com o comando afro-americano Gabriel Jones. E essa é apenas a primeira alfinetada política do inquieto autor, ainda na casa dos seus primeiros vinte anos, o mais jovem escritor então na Marvel - e que estava muito mais próximo da geração dos anos 60 do que Stan ou até seu amigo Roy Thomas, que era um pouquinho mais velho. Apesar de serem grandes amigos, Thomas era mais conservador, enquanto Friedrich era mais contestador - coisa que veremos nas próximas edições.

Fury deixaria de ser apenas uma revista de ação e aventura, para também refletir questões político-sociais envolvendo a guerra, seu contexto, e a sociedade dos anos 40. Estávamos já em 1967, e a juventude americana estava começando a ver a Guerra do Vietnã como um problema, não uma solução. Como um gibi de heróis de guerra poderia sobreviver nesse contexto onde o exército americano iria sofrer sua mais baixa popularidade em décadas? A revista do Sargento Fury tinha que mudar, tinha que ser mais madura, menos juvenil. E o jovem Friedrich foi a pessoa certa para esse trabalho.

Essa primeira edição da dupla ainda remete muito as edições passadas - bastante texto, diálogos espirituosos, uma típica missão heróica (embora seja a primeira missão) dos nossos soldados, com a dupla de escritor e desenhita reconhecendo o terreno por onde pisariam - no entanto já reparem que eles atiram muito mais do que "batem", e fica bem claro que na guerra era matar ou morrer. A "revolução" de fato começaria na próxima edição. Mas eis aqui um bom começo não só para uma nova fase, mas também para quem não gostava do sargento Fury até agora.

SE VOCÊ HAVIA DEIXADO DE LER ESSA REVISTA, se não gostava desse tipo de história, eu sugiro que nos acompanhe a partir de agora. A "pegada" agora será outra, tanto nas histórias quanto nos desenhos.  A MELHOR FASE DO SARGENTO FURY SÓ ESTÁ COMEÇANDO, e o melhor está por vir. Bom divertimento. 

domingo, 2 de novembro de 2025

Flash v2 008 - Névoa Púrpura (versão remasterizada!)

 



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Continuando nosso relançamento de edições REMASTERIZADAS (com traduções completas e imagens completamente restauradas pela própria DC) das primeiras histórias de Wally West como o FLASH, com vocês o primeiro encontro do herói contra os velocistas da Trindade Azul! Tudo isso em meio a saga "Milêno", onde Wally terá que encarar uma chocante revelação sobre seu pai, que mudará a dinâmica da sua família (e da sua vida!)  para sempre!

Momentos dramáticos que definiram o mais popular dos velocistas. Para ser lido com saga de Superman, saga do Batman, Liga da Justiça Internacional, Esquadrão Suicida de John Ostrander e a Mulher-Maravilha de George Perez... afinal tudo isso é da mesma época! (só não sabemos ainda porque a Panini não republica isso - mas não tem problema, estamos aqui pra preencher essa lacuna). 

sexta-feira, 31 de outubro de 2025

Halloween com mais uma edição da EERIE!

 


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Dia de Halloween, e não poderíamos de deixar de contemplar nossos leitores com nosso tradicional lançamento de horror! 

EERIE nº 14, com data de capa de abril de 1968, traz algumas das melhores histórias já publicadas na sua revista-irmã, a Creepy, todas escritas com maestria por Archie Goodwin, que chamaram atenção suficiente para Stan Lee logo surrupiá-lo para a Marvel!

A revista já abre com "Abdução", do gênio ALEX TOTH, fazendo o tipo de diagramação que ninguém fazia antes dele, e que se você já viu em muito gibi, saiba que foi porque os desenhistas seguintes aprenderam com Toth! 

No entanto quem domina essa edição é mesmo o desenhista Angelo Torres, um craque subestimado dos quadrinhos. Com um traço naturalista e ótimo ritmo narrativo, Torres era um dos profissionais mais confiáveis com prazos da Warren Publishing, sempre entregando um ótimo trabalho. Neste número há três histórias de sua parceria com Goodwin: "Caça ao Vampiro", "Sucesso Visceral" e "Sepultura Prematura".

Em seguida temos o "mestre" das atmosferas vitorianas, Reed Crandall, cujo traço sempre nos transporta imediatamente ao século XIX, nem precisa informar a época. "A Maldição da Lua Cheia" é um dos clássicos mais lembrados da primeira fase da Creepy. A revista encerra com "Sangue e Orquídeas", com traço de All McWilians, que não é o Al Williamson, mas poderia ser um "primo pobre", pois se nota certa influência. Quem nunca leu não imagina quem seja o verdadero "vampiro" dessa situação!

Essa revista é fruto de uma época que a Warren andava mal, e seu editor começou a reimprimir histórias. Haja visto que mutos jovens perderam os primeiros números da Creepy, o material sempre era inédito para alguém na época. Talvez não seja inédito para você, pois estamos publicando a Warren na exata ordem de lançamento, mas como faz tempo, quem sabe você já se esqueceu dessas histórias, então que tal relembrá-las nessa nova compilação? Bom divertimento. 


sábado, 25 de outubro de 2025

WEIRD SCIENCE - O gibi cult que conquistou grandes cineastas americanos!

 


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Este ano mais uma revista que completa 75 anos é a WEIRD SCIENCE, que embora no Brasil não seja tão reconhecida, nos EUA já foi uma marca famosa... sabe o filme "Mulher Nota Mil"? O título original desse filme em inglês é justamente... WEIRD SCIENCE! Ele de fato é inspirado numa história da revista, "Made of the Future", publicada no número 05. Esse filme inclusive virou uma série de TV, também chamada "Weird Science" na tv americana. No Brasil mudaram o nome do filme e da série porque a revista nunca foi muito conhecida, já que a dúzia de histórias dela que foram publicadas no nosso país saíram em revistas ou encadernados com outros nomes. 

Algumas histórias de Weird Science também foram adaptadas para a efêmera série de TV da HBO (no rastro do sucesso da série de TV "Contos da Cripta") chamada "Perversions of Science", que traziam adaptações de hqs da EC publicadas nas suas revistas de ficção científica, Weird Science e Weird Fantasy. Um dos contos que apresentamos nessa edição, inclusive, "Sonho Ruim", foi justamente a a história escolhida para abrir esta série de TV, com direção de Walter Hill (do filme "Warriors - Guerreiros da noite", e roteiro de David S. Goyer, o colaborador de Christopher Nolan na sua trilogia do Batman. 

Embora a data de capa seja "julho-agosto" (e no expediente original estava "maio-junho"), a revista saiu mesmo em 07 de fevereiro de 1950, substituindo a revista Saddle Romances a partir do seu número 12. Decidimos renumerar a revista para seu verdadeiro número, o 01, porque a própria EC assim o fez quando após 4 edições, no que era pra ser o número "16", a revista saiu como número 5 e assim seguiu a partir daí - ocasionando dois números 12, 13, 14 e 15. Pra evitar essa confusão no futuro, quando lançarmos as verdadeiros números 12 a 15, já adotamos a numeração correta desde o começo. A EC, assim como as outras editoras do período, fazia essa gambiarra por conta de registro de postagem, e a partir do momento que o título estivesse estabelecido, poderia-se ou não adotar a numeração correta. 

Apesar das revistas de terror da EC serem bem mais famosas, muita gente boa considera que as revistas de ficção científica (e de guerra e suspense) é que traziam as melhores histórias, de valor até literário, o que não é exagerado, já que algumas histórias eram plagiadas ou oficialmente adaptadas de contos de ficção científica - como na história de abertura de nossa primeira edição, "Perdido no Microcosmo", baseada no conto "He Who Shrank", de Henry Hasse - e não no livro que virou o filme "The Incredible Shrinking Man" (O Incrível Homem que Encolheu), de Richard Mateson, que aliás, só sairam DEPOIS dessa revista, em 1956 (o livro) e 1957 (o filme). A adaptação que você vai ler foi desenhada por ninguém menos que Harvey Kurtzman. 

A origem dessa revista está no vício de Bill Gaines por histórias de ficção científica. Ele cresceu lendo as pulp magazines e livros onde eram publicadas esse tipo de história, e como sofria de insônia costumava ler muito a noite. Quando chegava na redação, ele dava ideias para seu editor Al Feldstein justamente baseadas ou nessas histórias ou em conceitos que podem ter vindo dessa inspiração. Gaines tinha tal apreço por ficção científica que persistiu publicando Weird Science e Weird Fantasy mesmo que elas fossem as duas revistas menos vendidas da EC, e as séries também eram as favoritas de dois dos mais famosos desenhistas da casa, Wally Wood e Al Williamson, que preferiam trabalhar nas revistas de ficção científica da EC do que em qualquer outra. Não é a toa que já nessa primeira edição você já encontra uma história desenhada pelo mitológico Wood ("Sonho Ruim").

Publicar essas revistas "desde o começo" sempre nos coloca diante de um desafio, porque sabemos que a EC começou mais ou menos no padrão das editoras da época, e foi crescendo aos poucos, até chegar no nível de qualidade que lhe seria lendário. Podemos notar que das quatro histórias desta primeira edição, três poderiam ser publicadas facilmente nas suas coletâneas de horror, e talvez tenham sido originalmente produzidas para elas, até Gaines se decidir finalmente por lançar revistas de ficção científica. No entanto, a ficção científica de Gaines logo evoluiria para algo diferente da concorrência, largando o conceito de "monstro da semana", pra explorar crítica social e reflexões éticas e morais, sendo suas publicações de FC talvez os únicos gibis de ficção "sérios", enquanto as outras editoras focavam em aventuras de Space Opera. 

Mas isso você vai ver no decorrer das próximas edições. Aqui está um começo modesto, ainda embrionário, do que se tornaria uma das mais cults revistas em quadrinhos americanas, não por acaso uma das preferidas de George Lucas, que não por acaso assinou o prefácio do encadernado de onde retiramos essa edição. Bom divertimento. 


sexta-feira, 8 de agosto de 2025

Vampire Tales v1 01 - A Marvel expande seu domínio dos vampiros!

 


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Dia de mais um relançamento no HQ VINTAGE. Vampire Tales nº 1, de agosto de 1973, já havia sido lançado pelo grupo Era Marvel, e essa revista que apresentamos aqui, com as traduções e diagramações deles, com um acréscimo: traduzimos o editorial e os dois artigos que acompanhavam a edição. Também demos uma editada pra deixar todas as páginas com o mesmo tamanho (coisa de toc, ahah). 

Essa revista é mais uma da tentativa da Marvel de dominar o mercado das comic magazines (revistas em formato grande e preto e branco) nos anos 70. Essas revistas de destacavam por não serem gerenciadas pelo comics code, e também por trazerem textos além de quadrinhos. Por isso acho traduzi-los tão importante. 

Falando da edição, além da história de MORBIUS (que recentemente ganhou um filme, o qual não vale a pena nem comentar), escrita por Steve Gerber e desenhada por Pablo Marcos, temos aqui a primeira adaptação do conto "O Vampiro", de John Polidori, para os quadrinhos que já vi até agora; esse conto pra quem não sabe, é o verdadeiro nascimento literário da vampiro, publicado em 1816, precedendo portanto a novela "Carmilla" e em muitos anos o romance Drácula. 

Outra hq digna de nota é uma parceria bem inusitada entre Gardner Fox, um dos autores mais presentes da Era de Ouro e de Prata dos Quadrinhos (principalmente na DC), com Jordi Bernet, isso mesmo, o co-autor de Torpedo 1936, numa história de terror que os gibis coloridos da época com certeza não permitiriam. Temos também uma história de Lobisomem (numa revista de vampiros, vá entender), mas a arte de Bill Everett está macabramente boa. Outra pérola da era de ouro do terror (os anos 50) resgatada é "Satanás pode esperar!", de Paul Reinman.

Os artigos são "Os piores filmes de vampiro de todos os tempos" (isto é, os piores até aquele ano de 1973, né) e "O Vampiro: seus amigos e parentes", a primeira parte de um longo resumo do livro do mesmo nome de Montague Summers que foi publicado no início do século XX e que levava o assunto A SÉRIO mesmo - não como ficção, é isso mesmo que você leu!

Então sem mais delongas, se você já leu, aproveite pra ver o que nós mudamos, e se você não leu ainda, parabéns, vai ver a revista completinha. Bom divertimento. 


domingo, 3 de agosto de 2025

A primeira aparição do Capitão Átomo!

 


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Hora de comemorar outro aniversário no HQ Vintage! Em 2025, o Capitão Átomo, um dos mais conhecidos super-heróis da extinta Charlton Comics está comemorando 65 anos... Então eis aqui a edição NA ÍNTEGRA da sua primeira aparição!

Pra vocês terem uma ideia da importância dessa hq, vamos situar o leitor no contexto histórico: estávamos no começo de 1960... A Marvel Comics ainda não se chamava assim, nem mesmo haviam lançado ainda o Quarteto Fantástico e outros de seus famosos super-heróis! Mas a DC já havia dado início a ERA DE PRATA, com o relançamento do Flash e do Lanterna Verde, e apresentando também novos heróis como Desafiadores do Desconhecido, Adam Strange, Rip Hunter, Caçador de Marte e etc. Superman e Mulher-Maravilha haviam sido reformulados. Super-Heróis estavam voltando a moda após um período em que a geração anterior havia preferido quadrinhos de faroeste e terror... 

A Charlton, assim como a Marvel, era uma editora que seguia tendências, e viu esse bonde andando. E resolveu tentar também. Eles já haviam lançado super-heróis na Era de Ouro dos quadrinhos - inclusive o primeiro deles se chamava "Yellow Jacket", isso mesmo, Jaqueta Amarela. Mas quando quadrinhos de super-herói deixaram de vender no final dos anos 40 eles foram abandonando o gênero. Mas agora a tendência tinha voltado. Então o editor Pat Massuli pediu ao roteirista principal da casa, JOE GILL (que escreveu todas as histórias desta edição) para inventar um novo herói.

Ora, acontecia a ERA ATÔMICA. Toda hora na televisão se falava de novos testes nucleares. Os efeitos da radiação eram desconhecidos, e geravam cada vez mais histórias de ficção científica, principalmente no cinema. Gill achou que um herói "atômico", de origem igualmente atômica, poderia ser um conceito que a garotada abraçasse. Assim surgiu o CAPITÃO ÁTOMO. 

E quem foi seu desenhista, o co-criador que elaborou seu visual? É um nome que você conhece... STEVE DITKO! Isso mesmo, dois anos antes de co-criar o Homem-Aranha, Ditko já estava fazendo história nas histórias em quadrinhos, co-criando seu primeiro super-herói! Seu design de página e escolhas de foco narrativo nessa história, aliás, foi algo que me chamaram a atenção e um dos motivos porque queria lhes apresentar essa revista. Ditko estava a frente de seu tempo, e não é a toa que tantos autores prestigiados (como Alan Moore) pagaram pau pro cara. É só comparar a história de Dikto com as outras duas da revista (desenhadas por Bill Montes e Bill Molno) que se vê que no staff de autores menores que trabalhava pra Charlton, Ditko se destacava. 

A Charlton era conhecida por ser uma editora de "baixa qualidade", principalmente no sentido que imprimia suas revistas em papel barato e péssima impressão. Uma das mostras da falta de cuidado editorial você já vê nessa edição, onde embora na capa o Capitão Átomo apareça com seu primeiro uniforme amarelo, no interior da história o uniforme foi colorido de azul! Ou o colorista não havia recebido as instruções corretas, ou o editor ainda não havia se decidido sobre o visual do personagem - mas a partir da edição 34 de "Space Adventures" na sua primeira fase, o Capitão Átomo vestiria esse uniforme amarelo da capa mesmo. 

Assim como se tornou padrão na Marvel depois (com Thor em Journey into Mystery e Homem de Ferro em Tales of Suspense), a Charlton também usou suas revistas de ficção científica pra lançar seus super-heróis, aqui no caso a mencionada SPACE ADVENTURES, uma das dezenas de titulos do gênero que existia na época, que vinha na onda da popularidade de filmes B de ficção científica, na segunda metade dos anos 50. 

Naquela altura do campeonato, a Charlton ironicamene era maior que a editora onde trabalhava Stan Lee, que em 1957 havia sofrido um processo de falência, e cortado todos os seus funcionários, com exceção de quatro. Stan tinha que trabalhar basicamente só com free-lancers. A Charlton havia conseguido passar pelo "furacão" da perseguição contra os quadrinhos, muito porque muita da grana vinha de revistas de música (principalmente cifras para violão e piano), que eram o verdadeiro ganha pão da editora (a Charlton era a principal editora de revistas de cifras para música nos EUA). Quadrinhos era apenas uma subdivisão. Também dizem as más línguas que na verdade a Charlton era uma operação de lavagem de dinheiro. A editora era de propriedade de italianos, e pelo menos um deles tinha ligação com a máfia. Essa denúncia só foi estourar nos anos 70, e a editora acabou falindo nos anos 80, com sua reputação manchada - embora as investigações não tenham dado em nada. 

Apesar da qualidade editorial questionável, a Charlton acabou desempenhando papel importante no mercado de quadrinhos americanos. Muitos dos nossos autores preferidos começaram suas carreiras na Charlton, onde receberam sua primeira chance de aparecer - é o caso não só de Ditko, mas de JOHN BYRNE, por exemplo. Por ser uma editora que pagava menos, a Charlton acabava contratando muitos novatos. E alguns deles de fato brilhariam. 

No entanto, o maior legado da Charlton são mesmo seus super-heróis, embora talvez eles não sejam de fato tão conhecidos, seus derivados foram. Quando a DC, nos anos 80, comprou os super-heróis da Charlton, Alan Moore foi incubido de bolar uma história usando eles. Essa história seria WATCHMEN... Mas como o que Moore queria fazer era algo tão drástico que os tornaria inutilizáveis no longo prazo, os editores pediram que Moore os substituísse por análogos. E é por isso que o Capitão Átomo virou o Dr. Manhattan. Repare nessa revista como Moore se inspirou na história do Capitão Átomo original para criar o seu herói derivado  - e as diferenças com a origem pós-crise do novo Capitão Átomo apresentado pela DC. Repare que originalmente o General Eiling - chamado aqui de "Eining" era um aliado e amigo do Capitão!

Aliás, todo gibi ecoa muita propaganda militar pró-EUA e da guerra fria ideológica que ocorria na época. Não apenas o Capitão Átomo que já surge como um herói literalmente a serviço das forças armadas (ao contrário da "iniciativa particular" dos super-heróis tradicionais), como na primeira história "Flagelo Galáctico" as "forças espaciais da ONU" afirmam que sua função é "varrer o mal do universo", encarnando o espírito intervencionista dos EUA em outros países na época; bem como enfrenta outra potência pela disputa de um planeta a ser colonizado no universo na terceira e última história "O Planeta Cativo". 

Fazer esse gibi deu um trabalho danado, devido a não termos disponível uma reconstrução de arte feita pela própria editora - e uma das razões porque tenho adiado fazer essa revista por tantos anos, esperando por scans de melhor qualidade. Mas não queria deixar mais esse aniversário redondo passar batido, então com a ajuda da Dashiro (do Dashiro Scans, colaboradora da Era Marvel) e do Scott Free, foi feito um trabalho de restauração, pra tornar a revista mais aprazível. Decidi incluir todas as páginas, até as propagandas, para que você tenha a noção exata do que era um gibi da Charlton, lançado em 1960, naquela época em que Era de Prata ainda apenas engatinhava. Uma verdadeira viagem no tempo...

Ah, e a propósito, todas as aventuras do Capitão Átomo original e dos demais super-heróis da Charlton se passam na TERRA 4, na continuidade pré-Crise. Bom divertimento. 

quinta-feira, 31 de julho de 2025

Rawhide Kid #23 - Sem Lugar para se Esconder!

 


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E com vocês mais uma edição de RAWHIDE KID, o cowboy da Marvel que foi a primeira série contínua da parceria Stan Lee & Jack Kirby, isso mesmo, antes mesmo deles fazerem o Quarteto Fantástico! 

Esse número é algo inusitado, pois um ano após a edição 17 (a revista era bimestral), que relançou a série com uma nova origem (e uma nova versão para Rawhide Kid), os editores resolveram recontar a história. O enredo basicamente é o mesmo, sem mudança alguma em relação as informações recebidas na versão anterior. Por que Stan Lee resolveu fazer isso pode ser muito bem porque naquela época que não existiam encadernados de republicações, muitos leitores que perderam o relançamento de Rawhide Kid podiam estar perguntando sobre a origem do personagem. E ao invés de simplesmente republicar a história original, eles resolveram fazer de novo! 

A capa, no entanto, faz menção a história maior da revista "Sem Lugar para se Esconder", que mais uma vez aborda os problemas de ser um conhecido fora da lei no oeste, atraindo desde pistoleiros atrás de fama, caçadores de recompensa, e claro, agentes da lei. Rawhide Kid então busca desesperadamente um lugar onde possa descansar, mas para isso precisa manter sua identidade em segredo, a todo custo! Será que desta vez ele conseguirá?

Fechando a edição, mais uma história com reviravolta no final, bem ao gosto de Stan Lee, desta vez desenhado por Paul Reinman. E claro, como sempre, traduzimos o conto em prosa que vinha na revista, no HQ Vintage você não perde nada. Então chega de papo, baixem a revista, e bom divertimento!

domingo, 27 de julho de 2025

Arion 06 - Mais uma edição inédita em português!

 


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Com vocês, mais uma edição inédita no Brasil de ARION, O MAGO DA ATLÂNTIDA, uma das muitas séries da DC nos anos 80 que a Editora Abril acabou deixando de publicar por falta de espaço na sua linha de revistas. Estamos ajudando o BAÚ DA DC a recuperar esse "tempo perdido", então enquanto alguns estão fazendo as interessantes OMEGA MEN, COMANDO INVENCÍVEL, CORPORAÇÃO INFINITO, etc, nós estamos fazendo ARION, que é da mesma época. 

Nesse número, Garn Daanuth, o irmão e arqui-inimigo do nosso herói, manda um demônio para possuir a alma de Lady Chian, a amada de Arion, enquanto este tenta conquistar a confiança dos homens das cavernas para recrutá-los para sua luta contra Garn. Muitos acontecimentos numa época em que gibis publicavam 23 páginas de quadrinhos e podiam conter a dose certa de leitura. Bom divertimento. 

quinta-feira, 24 de julho de 2025

50 Anos do Cavaleiro da Lua - Edição Facsimile da primeira aparição!

 


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Comemorando mais um "aniversário redondo" no HQ Vintage, eis aqui a primeira aparição do Cavaleiro da Lua, que completa 50 anos em 2025. Apesar da data de capa ser agosto, não se engane achando que estamos nos "adiantando", na verdade estamos atrasados: Werewolf By Night #32 foi para as bancas americanas no dia 27 de maio de 1975. Agosto era apenas o mês de recolhimento dos pontos de venda - prática comum que dura até hoje nos Estados Unidos. 

Essa história já tinha sido lançada pelo Baú da Marvel - e como batizaram a série "Lobisomem à Noite", mantivemos esse título, pois o Baú é nosso "guia" a fim de unificar a cronologia, nomes de revistas e personagens, para que não haja mais incongruências nos scans que confundam os leitores. No entanto, a edição que vocês veem aqui é outra: primeiro que a HQ que trazemos se trata da versão oficial da própria editora brasileira, a Panini, que lançou a história no encadernado "EPIC COLLECTION: Cavaleiro da Lua - Maus Presságios" que foi scaneado, ou "ripado", pelo Eudes Honorato, do Rapadura Açucarada. 

Já o resto das páginas vem da edição facsimile, isto é, uma reimpressão na integra, igual a original, lançada pela Marvel há pouco tempo, de onde tiramos os anúncios e o "Boletim Marvel" (coluna de texto informativo que vinha em todas as revistas da editora na época). Naquele tempo, as hqs da Marvel haviam sido reduzidas para apenas 18 páginas da edição, e estamos falando de uma revista de 36 páginas. Isto mesmo, metade do gibi era praticamente de anúncios! Resolvi traduzir alguns deles pra vocês, até porque três deles na verdade eram hqs de uma página (a do Capitão Marvel promovendo os bolinhos da Hostess achei hilária), além do "Boletim Marvel" que continha a famosa "Stan Lee's Soap Box". 

Então aqui está, a edição facsimile completinha pra vocês, um verdadeiro "documento da época", onde os leitores podem ter ideia do que era um gibi americano naquela época distante, 50 anos atrás. Bom divertimento! 

domingo, 20 de julho de 2025

Os 40 anos de Crise nas Infinitas Terras

 


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Em 2025 CRISE NAS INFINITAS TERRAS ESTÁ COMEMORANDO 40 ANOS. Se hoje em dia grandes eventos de quadrinhos de super-heróis que vão "mudar tudo para sempre" já viraram algo comum e causam bocejos, para os leitores de quarenta anos atrás essa série foi um choque. A Marvel tinha saído na frente um ano antes com "Guerras Secretas", mas este fora um crossover produzido apenas para vender brinquedos. "Crise" era bem mais ambiciosa: reformular o Universo DC inteiro, causando um relançamento da editora e renascimento de diversos de seus personagens mais famosos. 

Quando Crise foi lançada, personagens morriam pra valer. As vítimas de Crise ficaram mortas por muitos e muitos anos, antes da editora resolver jogar sua seriedade às favas e trazerem-nos de volta. E por isso Crise era tão mitológica. Nos anos seguintes e até hoje se usa as expressões "pré-crise" e "pós-crise" pra se referir a esses dois períodos de tempo do universo DC. A continuidade mudou completamente. E isso não acontecia toda hora (não naquela época). 

Ajudou muito também o fato de Crise ser bem escrita e principalmente maravilhosamente desenhada pela lenda George Pérez. Possivelmente até hoje nenhum mega-evento teve uma arte tão bonita, e por doze edições! Todos os personagens da DC se encontram aqui, desde "Anthro, o primeiro rapaz da Terra", até "Kamandi, o ÚLTIMO rapaz da Terra!". Mesmo se for um cameo, cada um deles deu a cara em Crise, afinal estamos falando da destruição do Universo! Por isso nenhuma adaptação pra outra mídia até hoje conseguiu fazer jus, porque estamos falando de CENTENAS de personagens.

Para comemorar a data, não podemos fazer muito que senão lançarmos a edição "millennium" publicada no ano 2000 para comemorar a virada do milênio pela DC Comics. Como sabem, o encadernado inteiro foi escaneado e se encontra facilmente na internet. Nós usamos esses scans, feitos pelo Eudes Honorato, com a inclusão de uma nova capa para divulgar uma nova versão em "HD" feita pelo "Mad Ken" e pelo "Absolute Jordan", do site Zona Fantasma, que também tem sido lançada no Baú da DC. De resto, essa millennium inclui um texto do historiador de quadrinhos Robert Greenberg, que traduzimos. Bom divertimento.